
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Após dois anos e meio vivendo na Europa, o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) está preparando o retorno ao Rio Grande do Sul. Onyx desembarcou no país neste mês para uma série de agendas políticas e avisou que estará de volta em definitivo no mês de junho para começar a preparar sua candidatura nas eleições de 2026.
No período que passou na Itália e em Portugal, ele escreveu um livro, cursou pós-graduação em Gestão e intermediou uma aliança entre o PL e partidos conservadores europeus.
Para o retorno, planeja percorrer o Estado em encontros no Interior e diz que vai trabalhar para formar uma aliança de centro-direita tanto no plano nacional quanto no Rio Grande do Sul, envolvendo, além do PL, siglas como PP, Republicanos, União Brasil e PSD.
— Olho para a eleição de 2026 e me vejo em duas situações: ou disputarei o governo, se conseguir montar um projeto, ou vou tentar disputar uma das vagas ao Senado — disse o ex-ministro, em entrevista à coluna.
Afastado dos planos da cúpula partidária, que envolvem as candidaturas de Luciano Zucco ao Piratini e de Giovani Cherini ao Senado, Onyx diz que ainda considera cedo para definir nomes para a disputa.
Durante conversas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, ouviu do aliado que as definições ficarão para o final do ano:
—Ele disse a mim que vai decidir mais para o final do ano quem vai sugerir para o cargo A e para o cargo B. Eu disse: "Chefe, vou mergulhar". Ele disse: "vai, trabalha e no fim do ano a gente vê".
O ex-ministro garante que não passa de boato o suposto acerto de sua filiação ao União Brasil para assumir o comando do partido no RS.
Coalizão
Previsto inicialmente para o ano passado, deverá ser lançado entre abril e maio o movimento que reúne o PL e partidos europeus. Estarão na coalizão, denominada "Aliança pela Liberdade", Chega (Portugal), Vox (Espanha) e AfD (Alemanha), além dos italianos Liga Norte, Irmãos da Itália e Força Itália.
O movimento tem como principais articuladores Onyx e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O ex-ministro rejeita a alegação de que o grupo reúna partidos de direita radical:
— Isso é uma bobagem. Esses partidos não têm ideias mais radicais coisa nenhuma, eles querem proteger o seu cidadão e as famílias.
Quatro linhas
Citado na delação do tenente-coronel Mauro Cid como integrante da "ala radical" dos aliados de Jair Bolsonaro, que pregava um golpe de Estado em 2022, Onyx diz que a acusação "não faz sentido":
— Desafio qualquer pessoa, nesses 30 anos de vida pública, a encontrar uma palavra minha fora da Constituição. Tive muitos atritos com o tenente-coronel Cid, porque muitas vezes as pessoas queriam acessar ao presidente e havia um bloqueio. Acho que é uma coisa desse tipo.
A despeito dos atritos, Onyx diz que Cid sofreu "uma tortura psicológica brutal" e que sua delação deveria ser anulada.