
Assim como recebe atletas vitoriosos no retorno de competições importantes, o presidente Lula prepara uma recepção festiva para o diretor Walter Salles e os atores Fernanda Torres e Selton Mello para celebrar a conquista do Oscar de melhor filme internacional por Ainda Estou Aqui.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a equipe da Secretaria de Comunicação, capitaneada pelo ministro Sidônio Palmeira, vai documentar o encontro com Lula e a primeira-dama Janja da Silva para usar as imagens nas redes sociais. A data ainda não está definida.
Ou seja, não é só Eduardo Paes que está tentando pegar carona na popularidade do filme. A avaliação do Planalto é de que a premiação pode alavancar a campanha de otimismo com o Brasil e, de quebra, melhorar a percepção da população sobre o governo.
Embora o filme não tenha sido financiado com recursos da Lei Rouanet de incentivo à cultura, a expectativa é de que possa ser associado ao slogan “o Brasil é dos brasileiros”, que o governo tenta emplacar a partir da troca de comando na Comunicação.
Pelo tema do filme — a luta de Eunice Paiva depois do desaparecimento do marido, assassinado pela repressão militar — a oposição não tem como se associar ao sucesso do filme. O bolsonarismo emudeceu diante do resultado e os poucos que criticam o filme porque não viram e não gostaram (ou porque viram e detestaram) são figuras irrelevantes.
Jair Bolsonaro e os filhos não fizeram comentários. O deputado gaúcho Bibo Nunes (PL) chegou a postar uma saudação pela conquista do Oscar, mas apagou logo em seguida, alegando que o assunto “ficou muito politizado”. Não teve coragem de enfrentar a patrulha.