O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Vindo de duas eleições seguidas com resultados estrondosos, o PL inicia o ano de olho nas articulações para 2026. A legenda foi a campeã de votos no país em 2024, e registrou crescimento de 56% no Rio Grande do Sul, participando do segundo turno em três dos cinco maiores municípios com candidatos a prefeito e com a vice em Porto Alegre. Os liberais se consolidaram como a quarta força estadual em quantidade de prefeituras e terceira em número de votos.
Na pauta do PL em 2025, está a inscrição de nomes motivados a concorrer na disputa proporcional, tanto no Estado quanto em nível federal. Segundo o presidente estadual do partido, deputado Giovani Cherini, a tendência é que os nomes extrapolem o limite de vagas, e prevê dificuldades para definir as listas.
A principal aposta do partido será o vereador mais votado de Porto Alegre em 2024, Jessé Sangalli. Reeleito com o aval de 22.966 eleitores, Sangalli é uma das principais jovens lideranças do partido, que irá alçá-lo a deputado federal.
Candidatos a prefeito em 2024 que, mesmo derrotados, tiveram bom desempenho também são favoritos no partido para estarem nas urnas na próxima eleição. É o caso de Marciano Perondi, que perdeu em Pelotas com uma diferença de 1.263 para o candidato do PT, Fernando Marroni. De acordo com Cherini, Perondi disputará uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Outro postulante a prefeito que estará na disputa é Maurício Scalco, que perdeu para o reeleito Adiló Didomenico (PSDB), em Caxias do Sul. Scalco foi o mais votado no primeiro turno entre quatro candidatos e conquistou 110.476 eleitores no segundo, e é um dos principais nomes do partido para tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa.
— Eleição municipal foi uma grande reserva, uma escola de líderes que nós formamos — comemora Cherini.
Com mais nomes confirmados para a disputa nacional do que a estadual, Cherini também trabalha nas "contratações". O deputado reafirma que os já deputados federais Osmar Terra (MDB) e Maurício Marcon (Podemos) se filiarão ao PL e serão candidatos à reeleição.
Ainda sem saber se Jair Bolsonaro, que está inelegível, poderá ser candidato à Presidência — mesmo que nenhum liberal ouse aventar outro nome —, o PL aguarda por definições do próprio ex-presidente para os rumos no Rio Grande do Sul. O atual deputado Luciano Zucco é o favorito para a disputa ao Piratini, mas Bolsonaro pretende fortalecer a direita no Senado e é ele quem dirá se o tenente-coronel concorrerá a governador ou a senador.