A meta do Hospital Moinhos de Vento para a Faculdade de Medicina autorizada pelo Ministério da Educação não poderia ser mais ambiciosa. O superintendente-executivo do hospital, Mohamed Parrini, diz que não quer ficar entre as 10 ou cinco melhores do país. Quer ser a primeira do Brasil em qualidade. Excelência é o que esse carioca escalado para comandar um dos mais respeitados hospitais do Brasil persegue em tudo o que faz.
Mohamed ainda não recebeu o comunicado formal do Ministério da Educação, mas comemora a notícia de que, finalmente, saiu a autorização para a abertura do curso de Medicina na Faculdade de Educação e Saúde que o Moinhos mantém desde 2017. Começou com o curso de Enfermagem, que na quinta-feira (19) formou sua quarta turma, e hoje oferece também Biomedicina e Gestão Hospitalar. Há um pedido no MEC para abertura de um Curso de Psicologia. Para a Medicina, o pedido é de 120 vagas por ano (60 por semestre).
A intenção de ser a número 1 em Medicina do Brasil parte de uma base sólida, segundo Mohamed:
— Temos uma estrutura pronta e completa para iniciar o curso. Os técnicos do MEC vieram nos avaliar e deram nota máxima. O Conselho Nacional de Saúde não fez nenhuma ressalva. Temos 21 programas de residência médica, centros de pesquisas e associação com universidades renomadas, como a John Hopkins, dos Estados Unidos, que serve como inspiração. Teremos os melhores professores e queremos ter os melhores alunos.
O primeiro diferencial da Faculdade Moinhos será o número de horas aula: mil a mais do que o exigido pelo MEC. Em vez de 7.200 horas, serão 8.200. Ainda não está definido se essas mil horas a mais serão distribuídas ao longo de cinco anos ou se os alunos terão um semestre a mais na graduação. O outro é a possibilidade de fazer graduação sanduíche na John Hopkins ou em outras universidades de excelência fora do Brasil. A seleção dos alunos, por meio de vestibular, deverá ser mais rígida do que qualquer universidade.
Inicialmente, os alunos estudarão no prédio do Shopping Total, onde já funcionam os outros cursos, mas no futuro o projeto é construir um edifício específico, na Rua Tiradentes, em terrenos que já são de propriedade do hospital. Com faturamento que neste ano chegou a R$ 1,6 bilhão, o Moinhos investiu 300 milhões em 2023 e R$ 350 milhões em 2024.
— Nosso objetivo com a faculdade não é ganhar dinheiro. É qualificar o ensino da Medicina e formar melhores profissionais — diz Mohamed.
Somos a vacina e o antídoto para a proliferação de cursos de má qualidade.
MOHAMED CARRINI
Superintendente-executivo do Hospital Moinhos de Vento
Serão oferecidas bolsas de estudos a estudantes que não têm condições de pagar. Embora seja uma faculdade de elite, os alunos terão formação para atuar no Sistema de Saúde, inclusive praticando em hospitais gerenciados pelo Moinhos, como parte de sua ação filantrópica, como é o caso do Hospital da Restinga.
Mohamed não se abala com as críticas do Cremers e de outras instituições contrárias à abertura de novos cursos de Medicina:
— Sou o primeiro a concordar com as críticas à abertura de vagas em instituições sem estrutura. Nós não estamos abrindo apenas mais um curso. Somos a vacina e o antídoto para a proliferação de cursos de má qualidade.