Por mais importantes que sejam para nortear as campanhas – e por isso os principais partidos contratam pesquisas quantitativas e qualitativas – os resultados divergentes desnorteiam candidatos e eleitores. As duas últimas pesquisas sobre a eleição em Porto Alegre são o exemplo dessas distorções, comuns em campanhas eleitorais pelo mundo afora.
Se em São Paulo os levantamentos estão coerentes dentro da margem de erro, mostrando Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) à frente de Pablo Marçal (PRTB), em Porto Alegre Atlas e Futura mostram resultados totalmente incompatíveis.
A pesquisa da Futura Inteligência, divulgada na quinta-feira, apontou o prefeito Sebastião Melo com 52,9% das intenções de voto, índice suficiente para se eleger no primeiro turno. Maria do Rosário (PT) teria e 21,2% e Juliana Brizola (PDT) 16,3%. Esticando-se a margem de erro, as duas estariam tecnicamente empatadas.
A Futura ouviu 800 pessoas, de 18 a 23 de setembro de 2024. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, em um intervalo de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o nº RS-04591/2024.
Como não lhe interessa propagar a ideia de vitória no primeiro turno, para não desmobilizar os militantes nem enfrentar a sensação de derrota se for para o segundo turno, Melo não explorou o resultado da pesquisa Futura.
Rosário e Juliana exploraram dados da Atlas
Nas redes sociais, Rosário e Juliana preferiram explorar os resultados da Pesquisa Atlas, que lhes são favoráveis. A candidata do PT exibiu números que indicam empate técnico com Melo no primeiro turno, com vantagem para o prefeito (36,5% a 30,1%), e no segundo (45% a 44%).
Juliana, que no primeiro turno teria 22,9%, preferiu destacar o cenário de segundo turno e transformou em panfleto o dado segundo o qual teria 50% e Melo, 42%. Tudo para dizer que ela é a única capaz de derrotar o prefeito.
A Atlas ouviu 1.199 eleitores entre 20 e 24 de setembro. A margem de erro é de 3 pontos e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada sob número é RS-08655/2024.