![Gabriel Guedes / Agência RBS Gabriel Guedes / Agência RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/6/0/7/9/1/8/4_8cb13f1c4256af0/4819706_e098f3cc91597e1.jpg?w=700)
Ninguém poderá dizer que foi pego de surpresa se o novo ciclone que está em formação, combinado com uma frente fria, trouxer chuva acima de 200 milímetros no Sul do Estado, Campanha, Região Central e Fronteira Oeste. Avisos da meteorologia não faltaram e a tendência é de que o Rio Grande do Sul tenha novas áreas afetadas por um fenômeno climático semelhante ao que atingiu a Serra e os vales do Taquari e do Caí, ainda que em menores proporções.
Os prefeitos do sul do Estado estão mobilizados para adotar medidas preventivas capazes de reduzir os danos causados por chuva, vento e granizo, um trio assustador para quem vive próximo às margens de rios. No programa Gaúcha Atualidade desta segunda-feira, o meteorologista Marcelo Schneider foi incisivo: a região está em alerta laranja, o que significa um degrau abaixo do vermelho.
E se a meteorologia errar? Ótimo. Não raro o vento muda de direção e a previsão muda. O que não se pode é ignorar os alertas só porque em outros momentos o desastre não se confirmou. Tanto no ciclone que arrasou Caraá, em junho, como neste, cuja enchente do Taquari arrasou com Roca Sales e Muçum e devastou extensas áreas de Encantado, Arroio do Meio, Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul, avisos não faltaram.
O mesmo Marcelo Schneider alertou no dia 1º de setembro que o fim de semana seria de muita chuva no norte do Estado. Falou em mais de 200 milímetros, o que é assustador para quem conhece o significado dessa medida. Os agricultores conhecem. Em algumas áreas choveu 350mm e isso explica as dimensões da tragédia.
Setembro sempre foi um mês de chuva no Rio Grande do Sul, mas desta vez, com o fenômeno El Niño, os efeitos têm sido mais agudos. As autoridades estão aprendendo que não devem negligenciar as consequências das mudanças climáticas. A população precisa ser informada de forma mais eficiente para que não resista aos avisos para sair de casa com a roupa do corpo e procurar abrigo. Comunicação é o que faz a diferença nas horas que precedem um fenômeno climático violento, mas previsível, como são os furacões nos Estados Unidos e, agora, os ciclones extratropicais no sul do Brasil.