
Não é a primeira vez que a criatura se revolta contra o criador. Ou que um político chamado de “poste” porque se elegeu na carona da popularidade de um prefeito, governador ou presidente, resolve desafiá-lo na eleição seguinte.
Eleito com a bênção de Marco Alba (MDB) em 2020, sem nunca ter concorrido a cargo público, o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon (MDB), ganhou luz própria e está disposto a enfrentar o “criador” e disputar a reeleição.
— Vou sair para me proteger e poder disputar a reeleição, já que nosso governo tem uma avaliação excelente e o MDB está me desrespeitando — disse Zaffa à coluna.
O prefeito confirma que seu problema é o antecessor, que “se considera dono do MDB e está em plena campanha”, sem falar com ele.
Zaffa sabe que, no partido, não como enfrentar Marco Alba, que tentou ser deputado federal em 2022, mas não se elegeu.
Na semana passada, o secretário de Saúde, Régis Fonseca filiou-se ao Novo. Ele é ligado ao vice-prefeito, Doutor Levi (sem partido, mas preparando o retorno ao Republicanos).
Por enquanto, o prefeito de Gravataí pretende ficar sem partido. Mais perto da eleição, avaliará eventuais convites.
A cisão entre Zaffa e Marco lembra o embate entre Daniel Bordignon e Sérgio Stasinski, do PT, em 2008. Eleito em 2004 com o apoio de Bordignon, que havia cumprido dois mandatos, Stasinski pretendia concorrer à reeleição em 2008, mas foi impedido pelo então correligionário.