
A presença do presidente Lula na posse do vice, Geraldo Alckmin, no Ministério da Indústria e Comércio dá a dimensão da importância do ex-tucano nas relações do governo com o empresariado. Quando foi anunciado ministro, Alckmin teve o apoio das principais entidades empresariais que representam a indústria e comércio. Por ser um moderado, por ser homem de diálogo, por ter sido por tantos anos governador de São Paulo, Estado que em orçamento perde apenas para a União.
Ao final do discurso, Alckmin foi aplaudido de pé pelos convidados. Para além de obviedades como “indústria é essencial”, o ministro defendeu a reindustrialização do país, que o governo pretende fomentar usando os bancos públicos. Há controvérsias sobre os limites dessa atuação, mas Lula se elegeu com o discurso de que era preciso reduzir a dependência externa e no dia da posse reafirmou a intenção de estimular setores que perderam ou nunca foram competitivos.
Ao lado da esposa, Lu, Alckmin defendeu o diálogo com o setor privado e destacou o papel da indústria na geração de empregos, na arrecadação de impostos e no desenvolvimento de novas tecnologias. Em sintonia com a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, o vice-presidente ocupou boa parte do tempo para falar em sustentabilidade, convencido de que a conquista de mercados pelo Brasil depende, em muito, da sua política ambiental.
— A sustentabilidade é ponto de partida de toda a política industrial — disse, prometendo buscar novos mercados para produtos brasileiros e valorizar a imagem do Brasil como potência agroambiental, mas que também exporta aeronaves, máquinas e serviços de tecnologia da informação.
A Lula, o vice prometeu "lealdade" e "dedicação integral":
— O senhor terá de mim não apenas a lealdade de um ministro que se soma ao vice, mas a minha dedicação integral em prol de uma agenda que contribua para reverter resultados inaceitáveis que nossa economia vem acumulando nos últimos anos.