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O jornalista Fabio Schaffner colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Na geleia geral que embaçou a conversa entre MDB e PSDB visando uma aliança ao Palácio Piratini, quem disser que sabe o vai acontecer está mentindo. Há tanta confusão, intrigas e jogo de cena que é impossível tecer um prognóstico confiável. O rebuliço está concentrado no MDB, onde a pressão da direção nacional pelo apoio a Eduardo Leite teve efeito contrário, fazendo crescer ainda mais a resistência interna ao tucano.
A situação embretou Gabriel Souza. Depois de comprar uma briga com Alceu Moreira para ser candidato e conseguir o apoio da velha guarda emedebista, ele agora não tem para onde correr. Gabriel aceita de bom grado ser vice de Leite, mas está prestes a ser empurrado para uma campanha que se projeta inglória, empacada nas pesquisas e sem dinheiro do fundo eleitoral.
O plano de Gabriel era ser “convencido” a desistir da candidatura própria e compor a chapa com Leite, mas até mesmo os deputados estaduais, sobre os quais sempre teve forte influência, já estão dispostos a sacrificá-lo, a ponto de cogitarem uma chapa pura ao governo e ao Senado. Essa imposição dificulta uma eventual desistência, já que Gabriel não tem como concorrer a deputado federal pelo risco de um novo embate com Alceu Moreira no Litoral, nem a estadual, pois liberou sua base eleitoral aos demais candidatos.
Se depender de José Ivo Sartori, o rumo do partido só será definido em julho, às vésperas da convenção. Até lá, a tendência é o PSDB estar com sua chapa completa, inviabilizando qualquer composição. Esse é o desejo explícito de Osmar Terra, por exemplo, que torce por uma vitória de Onyx Lorenzoni (PL), e implícito de Sebastião Melo, que pretende ser o candidato do MDB ao Piratini em 2026 e teria problemas com Gabriel de vice de Leite.
O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, sabe que não é dono do processo e tenta perscrutar melhor o ambiente. Após circular pelo Estado durante o feriadão, um assessor de Baleia retornou a São Paulo no domingo (19) ciente de que é preciso tempo e muita conversa para uma pacificação dos ânimos. Perguntado por Simone Tebet sobre a confusão no diretório gaúcho, respondeu:
— Se não for assim, não é o Rio Grande do Sul.
Sincerão
Sebastião Melo repete para quem quiser ouvir: não vota em Eduardo Leite de jeito nenhum. A Baleia Rossi, foi lacônico ao negar um pedido de ajuda na construção da aliança com o PSDB:
— A única coisa que posso te prometer é o silêncio.
Holerite indigesto
Desceu mal no PSDB o contracheque de R$ 20 mil de Eduardo Leite como ex-governador. Nesta segunda-feira (20), a Procuradoria-Geral do Estado terá de prestar explicações à Justiça sobre o pagamento.