Dois dias depois de o Ipec (sucessor do Ibope) divulgar pesquisa que apontava ampliação da vantagem do ex-presidente Lula sobre os concorrentes na corrida presidencial, o Datafolha encontrou resultados idênticos em levantamento com uma base ampliada de eleitores. Foram ouvidas 3.666 pessoas entre os dias 13 e 16 de dezembro em 191 cidades brasileiras. A margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Ressalvada a margem de erro, os números são coincidentes. A ordem também é a mesma. Lula (PT) tem 48% das intenções de voto em um cenário enxuto, com apenas cinco candidatos, e 47% quando se coloca na cartela o nome de todos os pré-candidatos cogitados no momento. Nos dois casos, o ex-presidente possui, sozinho, índice superior ao de todos os adversários somados. Isso significa que, se a eleição fosse hoje, venceria no primeiro turno.
No cenário mais enxuto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 22%, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), 9%, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), 7%, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), 4%. Brancos e nulos somam 8% e indecisos, apenas 2%.
No cenário com mais opções, Lula, Bolsonaro e Doria perdem um ponto cada um (o que estaria dentro da margem de erro), Moro e Ciro seguem com os mesmos 9% e 7%, o que se caracteriza como empate técnico, e nenhum dos outros passa de 1%. Foram testados os nomes de Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD), Alessandro Vieira (Cidadania), Aldo Rebelo (sem partido) e Felipe D’Ávila (Novo). Simone e Pacheco tiveram 1%. Os outros, zero.
Embora feitas por institutos concorrentes e com metodologias diferentes - o IPec ouviu 2.002 eleitores - as duas pesquisas são coincidentes na conclusão de que a terceira via tem dificuldades para deslanchar porque tanto Lula quanto Bolsonaro têm uma fatia bastante sólida do eleitorado.
Os percentuais do presidente da República são semelhantes aos dos que consideram seu governo ótimo ou bom. A maioria dos eleitores, no entanto, avalia o governo como ruim ou péssimo, o que dificulta a reeleição de Bolsonaro, embora ainda falte o tempo de uma gestação para o encontro dos eleitores com as urnas.
Aliás
Um dos problemas de Sergio Moro para crescer nas pesquisas é a vinculação ao presidente Jair Bolsonaro. Além de ter abandonado a toga para ser ministro da Justiça, sua esposa, Rosângela Moro, chegou a dizer que via o marido e Bolsonaro como uma coisa só e que Moro apoiaria a reeleição do presidente.