Sob pressão para retomar as aulas presenciais, mas impedido por decisão judicial de abrir as escolas na vigência da bandeira preta, o governo do Estado passou o dia tentando encontrar uma saída capaz de resolver o impasse jurídico. À tarde, a ideia era adotar uma espécie de modelo de transição, retirando a trava que mantém o mapa coberto de preto há oito semanas, porque a relação entre leitos livres e ocupados por pacientes de covid-19 está abaixo de 0,35. À noite, o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, apresentou outra sugestão: autorizar, por decreto, a cogestão na Educação.
Autorizar a cogestão na Educação significa dar aos prefeitos autonomia para decidir pela retomada das aulas, da mesma forma que hoje autorizam o funcionamento do comércio, respeitando os parâmetros da bandeira imediatamente inferior -no caso, a vermelha.
Se essa for a opção, o governo terá de convencer o Judiciário de que não está sendo desrespeitada a liminar que impede as aulas presenciais, autorizadas na vigência da bandeira preta na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
A ideia de retirar a chamada “salvaguarda” baseada na relação leitos livres versus ocupados foi defendida por prefeitos, deputados, empresários e donos de escolas. Os técnicos do governo, porém, descartaram essa hipótese com o argumento de que ainda não é momento para relaxar nos cuidados. No início da noite, concluiu-se que é preciso mais tempo para acompanhar a evolução dos dados e ter certeza de que a queda nas internações é consistente.
A mudança baseia-se nos dados mais recentes de evolução da pandemia e de ocupação dos hospitais, O boletim desta quinta-feira (22) indica que a taxa de ocupação das UTIs está em 86,2%. Todas as macrorregiões apresentam taxa inferior a 100%, embora duas das sete mantenham-se acima de 90%.
Pela terceira semana consecutiva, o Estado voltou a apresentar leitos de UTI desocupados. Nesta quinta, são 468 na soma de todas as regiões. Com isso, a razão de leitos livres para cada ocupado por covid-19 no RS voltou a ser positiva e crescente, mas se mantém baixa, em 0,24.
Na quarta-feira (21), o número de internados suspeitos e confirmados em leito clínico e de UTI apresentou queda de 137, sendo 58 em leito clínico e 79 em UTIs. O o número de internados em leitos clínicos confirmados com Covid-19 caiu de 2.574 para 2.506. O de suspeitos subiu de 406 para 416. Na semana, acumula-se redução de 298 confirmados e 15 suspeitos.
Nos leitos de UTI, o número de pacientes confirmados de covid-19 baixou de 2.000 para 1.929 em 24 horas. O de suspeitos passou de 121 para 113. Na semana, há redução de 206 confirmados e aumento de quatro suspeitos em UTI.
Apesar da evolução, a situação ainda é preocupante. A soma dos confirmados e suspeitos de covid-19 em leitos clínicos e UTI ainda é cerca 2,1 vezes superior ao período anterior à explosão de casos, no final de fevereiro.
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