A crise provocada pela desistência do coronel Mario Ikeda (PRTB) em ser vice de Gustavo Paim, combinada com as dificuldades de financiamento da campanha, provocou uma reunião de emergência na sede do PP na noite desta terça-feira (8). Ao final, o presidente estadual do partido, Celso Bernardi, garantiu que a candidatura está mantida.

– Vamos disputar a eleição e Paim é o nosso candidato – disse Bernardi, depois de conversar com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, que dá as cartas na distribuição dos recursos do fundo eleitoral.

Ao PP gaúcho foram destinados R$ 9 milhões para distribuir entre os candidatos de todo o Estado. Com esse valor, a fatia de Porto Alegre seria insuficiente para bancar a campanha, mas Nogueira acenou com a possibilidade de destinar parte de uma reserva de R$ 40 milhões guardada para cidades estratégicas.

Apesar da desistência de Ikeda, seu partido ainda mantém o apoio, mas não tem um candidato natural à vaga da vice. Para além da sinalização de Nogueira, o PP tem a convenção marcada para as 9h de sábado e precisa garantir nas próximas horas que terá pelo menos R$ 2 milhões para custear a campanha de Paim.

– Com as empresas em dificuldade por causa da pandemia, não podemos contar com doações de empresários e dependemos exclusivamente do fundo eleitoral – lamenta Bernardi.

A pressão do MDB e do PTB tem sido intensa. O assédio mais forte vem do PTB, que ofereceu ao PP, além da candidatura a vice de José Fortunati, espaço igualitário em um eventual futuro governo e a garantia de apoio ao candidato do PP na sucessão, em 2024.  Fortunati tem dito que, se eleito, não pretende disputar a reeleição.

O MDB de Sebastião Melo também sonha com uma aliança com o PP. Nesse caso, o acordo é dificultado porque Melo já tem um pré-candidato a vice (o vereador Ricardo Gomes, do DEM).  A forma como Gomes deixou o PP também afasta parte dos membros do partido da candidatura de Melo.

Entre alguns progressistas, há o entendimento de que o ex-secretário da Segurança Cezar Schirmer e outros expoentes do MDB trabalharam, nos bastidores, para desidratar a candidatura de Paim, convencendo Ikeda a concorrer a vereador.

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