O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Nem a mudança substancial, que teve a bênção da direção do Cpers, foi suficiente para convencer os partidos de esquerda a apoiarem o novo plano de carreira do magistério. Tradicionais interlocutores do sindicato na Assembleia, PT, PSOL e PDT votaram contra o projeto aprovado nesta quarta-feira (29).
— A emenda amenizou os danos, mas não foi suficiente. Nós pretendíamos que todas as vantagens fossem para a parcela autônoma e o subsídio fosse adotado como básico - disse Sofia Cavedon (PT).
Como exceção, os trabalhistas assinaram e votaram a favor da emenda governista, justificando a “redução de danos”. A posição foi saudada por Frederico que, após a votação, foi até Juliana Brizola, líder do PDT, para agradecer o apoio parcial.
O racha interno no sindicato colaborou para a oposição insistir na posição contrária. Nas galerias, uma das fileiras, formadas por integrantes mais radicais do Cpers, bradava contra o acordo.
A deputada Luciana Genro (PSOL) justificou o voto contrário com o argumento de que as alterações não foram suficientes para lhe fazer mudar de ideia e que a carreira ficará achatada.
Luciana lembrou que, no governo de Olívio Dutra, quando integrava o PT, foi punida por votar contra uma orientação do partido para atender reivindicação do sindicato.
Brum vota contra e irrita MDB
Uma das defecções da base aliada na aprovação do plano de carreira do magistério, o deputado Edson Brum (MDB) irritou os colegas ao rejeitar o texto. Mesmo após reuniões com a bancada, em que o projeto foi repassado ponto a ponto, Brum bateu o pé e decidiu votar contra.
O MDB liderou a resistência ao texto principal e, demandado pelo Cpers, fez o governo a ceder em pontos cruciais para apoiar o projeto. Inconformado, um dos correligionários descreveu a postura como “desleal”.
À coluna, Brum justificou que a emenda “melhorou, mas não resolveu” e descreveu o projeto como um “Frankenstein”.
— O governo, a bancada e aqueles que votaram em mim sabiam que eu votava contra.
Issur Koch (PP) Gaúcho da Geral (PSD), Rodrigo Maroni (Pode), Luciano Zucco (PSL) e Capitão Macedo (PSL) foram outros integrantes da base aliada que votaram contra.
Não votaram o texto os deputados Thiago Duarte (DEM) e Adolfo Brito (PP). Pedro Pereira (PSDB), que está em um cruzeiro, não compareceu.