O vereador de Porto Alegre, Ramiro Rosário (Novo) reconhece que utilizou expressões indevidas ao falar no plenário da Câmara de Vereadores de Porto Alegre ao se referir ao juiz Gustavo Borsa Antonello, magistrado que concedeu uma liminar impedindo a votação de um projeto de lei que tratava da reorganização administrativa do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
Durante a sessão, o vereador, que faz parte da base do prefeito, declarou:
— Juiz de bosta. Juiz de bosta. E canalha.
Na manhã desta sexta-feira (24), ao ser questionado pela coluna sobre o uso dessas expressões, Ramiro afirmou:
— Acompanhamos um escalonamento das tensões entre o Poder Judiciário e os demais poderes da República há anos. Interferência indevida, magistrados extrapolando suas prerrogativas e criando Leis e decisões judiciais de cunho ideológico. Sou um homem de posicionamentos fortes na defesa da minha cidade e do Brasil. As expressões que utilizei no calor do momento em plenário são indevidas para um momento oficial e, por isso, peço desculpas.
Rosário afirmou, contudo, que o mérito da questão precisa ser debatido:
— Precisamos colocar a bola em centro de campo e discutir com clareza as intervenções do Judiciário nos poderes Executivo e Legislativo, desde a nossa capital até a União. Eu espero ter a oportunidade de sentar com os líderes do Judiciário gaúcho e expor a eles o que eu penso, de forma respeitosa e republicana, para que possamos juntos discutir alternativas que harmonizem as ações dos agentes públicos com o único objetivo de trazer liberdade e qualidade de vida aos cidadãos.
Relembre o caso
A Câmara deveria votar nesta quinta-feira (23), dentre o pacote apresentado pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), um projeto de lei que alteraria a composição do conselho do Dmae. A vereadora Natasha Ferreira (PT) anunciou que seu mandato, junto à bancada do PT, conseguiu uma liminar na Justiça para suspender, por 90 dias.