
Precisamos falar sobre um tema muito discutido na sociedade atual, mas que, por incrível que pareça, ainda é um tabu no meio do futebol: a psicologia esportiva. No Grêmio, os jogadores podem solicitar atendimento individual em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, mas o Tricolor não conta com um profissional no quadro de funcionários do clube
Mais da metade dos times brasileiros da Série A já contam com psicólogos integrados à disposição dos atletas. Na base, é fundamental e indispensável, mas acredito que na equipe principal também deveria ser necessário.
Vi um corte nas redes sociais, nesta sexta-feira (12), do ex-jogador do rival, Rafael Sóbis, no qual ele fala que uma das questões que mais o incomoda no futebol atual é como os jogadores estão fracos mentalmente.
— Eu falo pros clubes, tenham psicóloga, por favor, os jogadores precisam. Incomoda muito dentro de campo quando são vaiados. Não é ideal a vaia, mas faz parte da profissão e tem que saber aguentar — disse o ex-atacante.
Há pouco tempo vimos o meia Jhon Arias agradecer o trabalho da psicóloga do Fluminense logo após a conquista do título da Libertadores.
— Obrigado por tudo, você me fez o que eu sou hoje — disse o colombiano.
Terapia em dia é imprescindível pra se manter saudável mentalmente. No futebol, lidamos com emoções todos os dias, sejam elas boas ou ruins.
Além da pressão dentro e fora de campo, treinos e viagens excessivas, também tivemos o episódio da tragédia climática no RS, em que vários de nossos atletas estiveram na linha de frente ajudando as pessoas. Sou da opinião que tudo começa pelo mental, não só no esporte, mas em qualquer área da vida.
Ter um psicólogo no clube não vai resolver os problemas atuais do Grêmio, mas certamente vai ajudar a melhorar a cabeça dos jogadores, independente do momento que estamos vivendo.
Procure ajuda
Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.
Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).
Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.