
Uma imagem da transmissão do Sportv me incomodou profundamente: o mosaico feito pela torcida do Botafogo. Quem vê jamais vai imaginar que o mandante da partida era o Grêmio.
Fomos visitantes em Cariacica e isso precisa servir de lição para a direção do clube. Primeiro que, sempre que o Grêmio for mandante, temos obrigação de trazer o jogo para perto do nosso torcedor, do associado. E segundo que R$ 1 milhão pela venda do mando de campo paga um mês do salário do JP Galvão. Convenhamos, o Grêmio é muito maior que isso.
Eu entendo que estamos vivendo um momento atípico e que se tivéssemos condições de mandar os jogos na Arena, talvez, essa possibilidade de "campo neutro" (que de neutro não tinha nada) nem fosse cogitada. Entendo que a logística no atual momento é bem mais complicada que o cenário normal, mas a prática é cristalina: o Grêmio perdeu todos os jogos fora de casa neste Brasileirão.
Quando foi mandante em Curitiba, jogou com os reservas contra o Bragantino e a gente entende o contexto desse jogo por estar entre os jogos da Libertadores. A situação já é difícil por não termos a Arena, por jogarmos todos os jogos fora de casa, então os danos devem ser minimizados ao máximo. Os jogadores não pediram para jogar as decisões da Liberta no Couto Pereira? Por que será?
Nunca, jamais, em hipótese alguma, o Grêmio deve mandar seus jogos longe do torcedor. Principalmente porque na hora que a situação apertar, é a nós que vão recorrer. A lição de Cariacica deve ser aprendida. Essa imagem do mosaico tem de estar na mesa da direção do Grêmio para que nunca mais se repita. Ninguém pode fazer uma festa maior que a nossa quando tivermos o mando de campo.