
Não existe um gaúcho que não tenha sido atingido direta ou indiretamente pela tragédia climática no Rio Grande do Sul. O cenário é devastador. Não há como sequer pensar em futebol nesse momento. Adiar os jogos dos gaúchos, apenas, não basta. Entendo que uma paralisação seria prejudicial ao calendário dos clubes e da CBF, mas é impossível manter a bola rolando com o que estamos vivendo no nosso Estado.
Nossos clubes foram diretamente atingidos. Vários jogadores deixaram suas casas e ajudaram de alguma forma quem mais precisa. A gurizada da base do Grêmio precisou ser resgatada. Vai tirar o Caíque daqui, que está ajudando nos resgates das pessoas pra tentar treinar? O Diego Costa, que passou dias ajudando como pôde em Eldorado? E Rochet, que passou dias entregando marmitas para pessoas?
Não tem condição alguma. O RS está em estado de calamidade. As pessoas estão sem água potável. Estamos pedindo encarecidamente ajuda de outros estados para que nos abasteçam com água, ÁGUA!
Giuliano, ex-jogador da dupla Gre-Nal, foi enfático na entrevista após a vitória do Santos sobre o Guarani nesta segunda-feira (06) pela Série B:
— Qual é o preço de uma vida? Será que um gol paga o preço de uma vida? Será que um estádio cheio, enquanto as pessoas sofrem lá… Acho que é um momento de reflexão para nós. Não só de reflexão, mas também de empatia.
O futebol, nossa paixão nacional, deveria ser exemplo. O nosso debate agora deveria ser de como os clubes poderiam se unir para ajudar as milhares de pessoas atingidas na maior tragédia climática do Rio Grande do Sul.
Bom senso, CBF e demais clubes, por favor.