Mano Menezes foi duramente vaiado pelo torcedor do Inter no jogo de terça (11), depois de um longo período de aprovação. No ano passado, fora aquela eliminação inexplicável para o Melgar, o trabalho foi muito bom. Afinal, Mano conseguiu fazer um time com muitas virtudes e acabou vice-campeão brasileiro, com vaga direta à Libertadores. Viveu longa primavera.
Neste ano, seu trabalho piorou. O time teve desempenhos fracos e dificuldades para ganhar de adversários menores, sem chegar a final do Gauchão. Mais do que isto, o treinador cometeu um erro inominável retirando do time titular seu melhor jogador da competição e goleador do time, condenando-o a uma reserva inexplicável.
Foi como uma gota d'água para transbordar o inconformismo do torcedor, que neste ano não viu seu time jogar com qualidade. Perdeu, empatou muito e até quando venceu não agradou. Bem assim como foi na terça-feira. Ganhou, mas foi vaiado. E leva uma vantagem pequena, mesmo que tenha tido contra si um time fraco.
A situação de Mano Menezes começa a se complicar. O jogo contra o Fortaleza será muito importante para uma avaliação mais definitiva do treinador. Depois, terá uma grande chance de reabilitação na terça-feira contra o Metropolitano, um time muito fraco da Venezuela.
Mas reabilitar significa, no mínimo, fazer uma goleada neste time. Não adianta só ganhar. E também precisa de uma atuação razoável em Fortaleza, onde o Inter já levou 5 a 1 e depois demitiu Miguel Ángel Ramírez. Ou Mano faz o Colorado jogar bem nestes jogos ou vai cair.
Não é pela minha vontade. Mas o ambiente no clube fica deteriorado também pelo fato de que técnico é pago para trabalhar bem — e muito bem pago. Quando o time vai mal, se demite. O começo do fim está claro. Os dois jogos seguintes serão decisivos para sua permanência.