
Foi uma contratação que não teve polêmica: todos foram contra. Falava-se em Borré, em Douglas Costa, e quem desembarcou no aeroporto Salgado Filho era Thiago Santos, um volante do tipo antigo, de marcação forte, que faz muitas faltas. O fato desencantou os gremistas que lotam as redes sociais, condenando a direção do Grêmio por esta contratação.
Ele representava um pedido de dois jogadores que são referências, Kannemann e Geromel. Entre os jornalistas esportivos, eu era uma das poucas vozes que entendia ser esta uma contratação necessária pela fragilidade de marcação da defesa do Grêmio.
Thiago deu declarações muito reais sobre aquilo que ele pode e sabe fazer. Foi a campo e mostrou sua efetividade. Um jogador viril, marcador, protetor dos zagueiros, que sabe seu lugar e seus limites.
Ele foi esplêndido no Gre-Nal. Marcou o tempo todo, deu suporte para os zagueiros, fez faltas quando preciso, porque fazer faltas faz parte do jogo. Enfim, foi essencial na conquista do título. Ele espelhou uma espécie de autoridade em campo, do tipo "aqui mando eu", sem deslealdade, mas com muita presença e competência.
Um time de futebol não vive sem marcação efetiva dos meio-campistas, e Thiago Santos garante boa parte desta tarefa importante — tanto que o time colorado teve poucas chances de chegar perto da área do Grêmio e criou poucas oportunidades de gol.