Marcelo Medeiros está se despedindo do cargo de presidente do Inter. Claro que ele estará presidente até 31 de dezembro, mas sua declaração depois do jogo contra contra o América é de quem está de retirada.
Independentemente da opinião das pessoas, da falta de títulos, foi uma gestão muito complicada e muito responsável. Marcelo recebeu o time na segunda divisão, com muitas dívidas para pagar.
Conseguiu tirar o time da Série B e o recolocou no seu lugar. Foi terceiro colocado no Brasileirão e no ano seguinte finalista da Copa do Brasil. Mas o pior estava por vir. A pandemia detonou as finanças do Inter. Teve a demissão de Coudet e, agora, mais uma vez há um quadro desolador no futebol colorado com a eliminação diante dos mineiros.
Claro que isto pode ser revertido com as vitórias que possam vir. Mas até que elas aconteçam, o ambiente é de tristeza e de fim de festa. Marcelo disse que entrega o time na primeira divisão do futebol brasileiro, ou seja, ele já está entregando para seu sucessor que, por certo, também viverá inúmeras dificuldades.
Pagar títulos
Gilberto Medeiros, pai de Marcelo, quando assumiu em meio a grande crise financeira, falou que estava na cadeira da presidência para pagar títulos e não ganhar títulos. Pagou muitas contas e chegou na final da Copa União, assim como Marcelo chegou a final da Copa do Brasil.
Não sei quem será o presidente do Inter na próxima temporada, mas penso que ele deverá fazer o mesmo que Gilberto Medeiros fez. O Inter precisa utilizar seus jogadores da base, dispensar muitos jogadores que custam caro e que não resolvem tecnicamente, visando se fortalecer financeiramente. Ninguém esconde que os problemas financeiros são importantes e significativos, ou seja, eles precisam ser enfrentados com responsabilidade.