A noite de domingo (30) começou bem para presidente e treinador do Grêmio. Voltaram a sonhar, lembrando a festa, a taça, a medalha, o título histórico – fazia mais de 30 anos que o clube não conseguia ser tricampeão do Rio Grande do Sul. Romildo lembrou no seu sonho o discurso elegante que deu depois da partida, ressaltando a importância de ter ganho o título.
Renato recuperou no seu sono o banho de água fria que os jogadores lhe deram e que fizeram ele sentir frio durante a entrevista coletiva. Assim começou a noite. Mas veio a madrugada, e ela trouxe pesadelos. Foi a lembrança daquele segundo tempo horrível para os gremistas, que imaginavam o campeonato ganho com facilidade, mas que o Caxias mudou, por sua dignidade de clube e competência do seu time e seu treinador.
Lembrar aquela pressão, aquele sufoco, precisa ser considerado pesadelo. Renato chegou a pensar que estava em uma loja de chocolates em Gramado e que o banho que levou foi de chocolate quente, delicioso se for para ser consumido, mas horrível se for dentro do campo. O Grêmio tomou um chocolate do Caxias, como se diz na gíria do futebol. E aí o sonho de Renato derivou para as necessidades do time, quer seja por ajustes ou por contratações.
O grande mérito dos gremistas foi ter vencido três Gre-Nais, eliminando o Inter da competição sem sequer ir para a final. Mas contra o Caxias foi um horror. Jogou quatro jogos contra o clube da Serra, perdeu três e ganhou um. Afinal, que Grêmio é esse? O que ganha três vezes do Inter ou o que perde três vezes para o Caxias?
O Grêmio dos sonhos dóceis de Renato e Romildo é o que ganhou três vezes do Inter. Este Grêmio faz sonhar, empresta para treinador e presidente uma noite agradável. No entanto, o que perde três vezes para o Caxias e leva o sufoco é preocupante. Ele gera pesadelo para quem tem de tomar decisões.