Se as obras da Usina do Gasômetro ficarem prontas até o fim do ano, como promete a prefeitura, todos os aplausos ao governo serão merecidos. Por mais que concluir a reforma seja uma obrigação, visto que a novela se arrasta por três governos, é inegável que a atual gestão parece ter encontrado uma equação eficiente para resolver a lengalenga. Tomara que dê certo.
O Gasômetro será o centro cultural mais importante do Estado. Primeiro, porque sua reabertura entregará à orla do Guaíba – símbolo maior de uma nova Porto Alegre – um viés que ainda lhe falta: já temos o setor esportivo (no trecho 3), uma área dedicado à contemplação (no trecho 1), um belo centro gastronômico (no Embarcadero) e, daqui a dois meses, será inaugurado um espaço com forte apelo comercial (na área do antigo Estaleiro Só, que inclui o Pontal Shopping).
Falta justamente cultura. Um local que recoloque a Capital entre as capitais mais efervescentes do país. E a Usina do Gasômetro, muito antes dessa reforma, quando ainda nem era um prédio adaptado para receber grandes eventos, já trouxe a Porto Alegre essa pulsação que hoje deixa saudade. Da Bienal do Mercosul ao Fórum Social Mundial, passando por eventos musicais, espetáculos teatrais e exposições internacionais, o prédio erguido em 1928 fez de Porto Alegre uma cidade vibrante nas décadas de 1990 e 2000.
A expectativa, agora, é inevitável: se mesmo com precariedades a usina recebeu visitantes e artistas do mundo inteiro, imagine agora, com instalações modernas e bem equipadas, com a Orla já urbanizada do lado esquerdo e com os primeiros empreendimentos do Cais Mauá pipocando do lado direito. Tem tudo para ser um dos centros culturais mais palpitantes do Brasil.
Desde que foi interditado, há quase cinco anos, o Gasômetro enfrentou uma série de problemas no orçamento e no projeto de restauração – as obras foram suspensas em outubro, com o prédio ainda caindo aos pedaços. Como adiantou o colunista Jocimar Farina, os trabalhos deverão ser retomados no próximo mês, após a assinatura de um aditivo entre a prefeitura e o consórcio responsável pela reforma.
A expectativa é de que a Usina do Gasômetro, talvez o maior cartão-postal de Porto Alegre, seja reaberta ao público em novembro.