O cabeleireiro que fazia bancos para as pessoas sentarem em paradas de ônibus, na Rua Barão do Amazonas, viu nesta terça-feira (17) o fruto do seu trabalho indo embora.
— Mas não estou triste, pelo contrário — sorriu Moisés da Rosa Gomes, 55 anos, enquanto agentes da EPTC trocavam os assentos por bancos novos. – Atingi meu objetivo: o poder público olhou para cá.
Um mês atrás, quando a coluna mostrou a iniciativa de Moisés, a EPTC já havia elogiado a boa intenção do cabeleireiro. Só que a estatal fazia uma ponderação: o mobiliário instalado em espaço público precisa seguir algumas normas.
Moisés foi chamado para uma reunião e, na terça de manhã, acompanhou a instalação não só dos bancos, mas de novas coberturas nos pontos de ônibus – as duas paradas ficam entre a Ipiranga e a Rua La Plata, na Barão do Amazonas.
Segundo a engenheira Alessandra Andrea Both, que coordena os projetos de mobilidade sustentável da EPTC, em geral existem duas razões para uma parada ganhar um banco: por conta do fluxo alto de pessoas e devido a solicitações via 156.
— A preocupação do Moisés é louvável. Ele se engajou pela comunidade, não fez nada pensando nele. Mas, claro, o que é feito no espaço público deve ser executado ou aprovado pelos órgãos públicos — diz Alessandra.
Os novos bancos, mais compridos e estreitos, além de ter lugar para mais gente, permitem que um número maior de pessoas circule a pé embaixo da cobertura – o que é importante especialmente em dias de chuva. Sobre os dois banquinhos antigos, um deles estava muito velho, Moisés jogou fora.
— O outro eu vou levar para a sacada do meu apartamento. Quero guardar de recordação — revela ele.
Com Rossana Ruschel