Você talvez tenha visto no fim de semana – e é possível que veja no próximo – uma turma vestida com macacões vermelhos e máscaras de Salvador Dalí circulando pela Capital em um caminhão aberto.
São cerca de 50 mulheres e homens que, depois de chamar atenção pelas ruas, abanando ao som de uma potente sirene, descem em bando pelos parques da cidade para distribuir seu manifesto. "Nós queremos muito amor. Nós queremos a sexualidade. Nós queremos acampar. Nós queremos namorar sob o céu. Nós queremos muito. Queremos a aventura de volta", diz o texto do panfleto.
– As pessoas vivem em um mundo fútil, sempre nos celulares. Não se amam, quase não transam. Nosso objetivo é sacudi-las – afirma Adir Aliatti, 64 anos, que atende pelo "nome espiritual" de Prem Milan.
Ele é o coordenador do Namastê, centro de meditação e de terapia bioenergética (já vamos explicar o que é isso) situado na Rua da República – são membros desse centro que decidiram se fantasiar, nas últimas semanas, como personagens da série espanhola La Casa de Papel para propor um "resgate da aventura que o sistema nos roubou".
Por terapia bioenergética entende-se uma série de exercícios que trabalham respiração e movimentos corporais com o objetivo de trazer, segundo Prem Milan, uma satisfação maior no sexo – mas também nos relacionamentos e no trabalho.
– Queríamos fazer algo que chocasse, que chamasse a atenção – diz Marcela Brandes, 33 anos, conhecida no grupo como Anandini, explicando por que compraram um velho caminhão do Exército para transportá-los.
No próximo domingo, eles estarão de novo nas ruas, cantando Bella Ciao e pregando o amor livre por aí.
Colaborou Rossana Ruschel