A Uber enviou à coluna a tabela abaixo, mostrando que 46% de seus motoristas ficarão impedidos de trabalhar se a Câmara de Vereadores decidir, na votação prevista para esta semana, que os veículos de aplicativos devem ser emplacados em Porto Alegre.
– Com essa queda no número de motoristas, o preço médio das viagens aumentaria em torno de 30%. E o tempo médio de espera passaria de quatro para oito minutos – afirma o diretor-geral da Uber na Região Sul, Fábio Plein.
Ainda que esses dados sejam fornecidos pela própria empresa – e que, vá lá, possam até ser manipulados para pressionar os vereadores –, a Uber tem razões de sobra para chiar.
É inaceitável a Câmara proibir milhares de pessoas de gerarem renda na capital do Estado – esse é um direito delas, inclusive. A justificativa para isso seria recolher o IPVA do carro aqui, mas uma capital não pode expulsar tanta gente que inclusive ajuda a girar a economia da cidade.
Só discordo da Uber em outro ponto: a empresa não aceita a condição de que os carros tenham, no máximo, seis anos de uso. Ora, embora seja um serviço privado, o transporte por aplicativos tem características de utilidade pública – precisa submeter-se a regras mínimas, inclusive de segurança aos usuários.
E tem carro da Uber por aí que, vamos combinar, não dá para encarar.