Errei na semana passada, quando disse que o prefeito Marchezan não deveria contestar o pedido dos taxistas – eles querem trocar de laranja para branco a cor de seus carros em Porto Alegre.
Ninguém discute que o motivo dos donos de táxi é razoável: além de gastar R$ 2,5 mil na pintura, eles convivem com uma enorme desvalorização do veículo, já que ninguém se interessa por comprar um carro laranja. Mas a resistência do prefeito também é compreensível.
O táxi laranja é, sim, um patrimônio estético da cidade. Um tipo de símbolo – que podemos abandonar, não tem problema, desde que façamos a discussão sob essa perspectiva, e não apenas como um gasto para os taxistas. Porque o táxi laranja não é dos taxistas. É de Porto Alegre. Como o táxi amarelo é de Nova York e o clássico black cab é de Londres.
Tenho recebido e-mails e ligações de taxistas favoráveis a manter o laranja. Dizem que é mais fácil identificá-los na rua e que os idosos – clientes frequentes, já que têm pouca familiaridade com aplicativos – já reclamam da possível alteração. Mas o principal, dizem eles, é que a marca que ajudaram a encravar na cidade vai morrer.