Decidido a pressionar as empresas de ônibus, o prefeito Marchezan publica nesta semana um decreto que estabelece 30 dias para os consórcios iniciarem a implantação de câmeras de segurança, GPS e reconhecimento facial em toda a frota.
As empresas sempre se mostraram resistentes às novidades: costumam argumentar que, como o número de passageiros vem caindo drasticamente — só neste ano, a queda já atinge 11% —, investir nos novos equipamentos agravaria a situação financeira. Marchezan discorda.
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Em primeiro lugar, o prefeito insiste que o reconhecimento facial reduzirá as fraudes com o cartão TRI — e isso faria crescer o número de pagantes. Já as câmeras de vigilância, ao levar mais segurança, e o sistema de GPS, ao permitir que os passageiros consultem no próprio celular onde está seu ônibus, atrairiam novos usuários.
Essa modernização no transporte público já estava prevista no edital da licitação que, em 2015, selecionou as empresas. Por isso, se descumprirem a determinação do decreto de Marchezan, os consórcios estarão sujeitos a advertências e multas que podem alcançar até 1% do valor do contrato — uma babilônia.
A ideia do decreto partiu de vereadores da base aliada, em uma reunião com o prefeito na manhã de ontem.