O polêmico leão de dois metros de altura, instalado na esquina da Avenida Bento Gonçalves com a Rua Santana, foi comprado por R$ 1,2 mil em uma loja de enfeites para jardim, em Osório. Como a coluna mostrou nesta terça-feira, a estátua – batizada de Obelisco Leonístico – tem provocado queixas acaloradas da classe artística da Capital.
– Se os artistas estão tão incomodados, sugiro que façam uma obra de arte e doem para o Lions Clube. A gente aceita com muito gosto – respondeu Nair Izolan, presidente do Lions Clube de Porto Alegre Bento Gonçalves.
Adquirido com dinheiro da própria associação, o leão homenageia o cinquentenário da unidade. Ele foi instalado em dezembro, com autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), mas não passou pela Comissão de Avaliação de Obras de Arte do Município, o que irritou as entidades artísticas.
Na terça-feira à tarde, uma placa de granito preto com letras douradas foi fixada na base da estátua, conferindo ao leão uma aparência mais oficial. A presidente Nair Izolan reconhece que a estátua "não é uma obra de arte".
– Nós a enxergamos como um símbolo. Símbolo de um trabalho voluntário e social que é realizado pelo Lions Clube – justifica ela. – E o conceito de belo e feio, no meu ponto de vista, é relativo.
Foi o próprio Lions Clube de Porto Alegre Bento Gonçalves que escolheu o local onde o Obelisco Leonístico seria instalado. A Smam não se opôs em nenhum momento à ideia de um enfeite de jardim, comprado em uma loja à beira da RS-030, no Litoral Norte, ganhar status de monumento em uma movimentada esquina da Capital.
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