
A Argentina se insurge contra o "feminicídio", com protestos e até greve de mulheres, mas os assassinatos não cessam. Um policial guarda-costas assassinou sua ex-esposa e sua namorada, um duplo feminicídio ocorrido menos de um mês após um grande protesto da ONG 'Ni Una Menos' contra a violência machista e de gênero, informou o Ministério Público.
Um policial usou sua arma regulamentar para matar na tarde do sábado primeiro sua ex-mulher e depois sua companheira atual.
Os dois crimes ocorreram na cidade de Paraná, capital da província de Entre Rios (centro-leste), cerca de 600 km ao norte de Buenos Aires.
O detido teve três filhos com sua ex-esposa. Foi buscá-la em casa e disparou contra ela a sangue frio. Viajou depois entre 15 e 20 minutos até a casa de sua namorada, da qual havia se distanciado havia um mês, para matá-la.
Milhares de mulheres e homens marcharam em 19 de outubro até a histórica Praça de Maio, em frente à Casa Rosada (sede do governo), horrorizados pelo brutal assassinato de uma adolescente que foi drogada, estuprada e torturada em Mar del Plata. Simultaneamente, foram realizadas manifestações em cidades da América Latina e Europa. Três dias após a marcha 'Ni Una Menos', um homem de 30 anos assassinou sua ex-mulher, a irmã dela e a avó de ambas e feriu com gravidade uma bebê de sete meses e um menino de 11 anos em Godoy Cruz, bairro residencial da província de Mendoza, 1.100 km de Buenos Aires.
Ao longo de 2016, 175 mulheres foram mortas em casos de violência de gênero, segundo a ONG Casa del Encontro. No Registro Nacional de Feminicídios da Suprema Corte, consta que, em 2015, uma mulher foi morta a cada 36 horas.