As disputas políticas andam tão acirradas que as pessoas se sentem à vontade para falar em regimes de exceção como uma via possível. Muitos comentam com naturalidade sobre a admissibilidade de algo que antes era inadmissível.
Tempos atrás, isso era inimaginável. Sabemos que é a escuridão, as trevas.
Tudo bem que você tenha esta ou aquela forma de pensar. Mas, veja bem, ditaduras - civis, militares, cívico-militares, de direita ou de esquerda - são abjetas e impensáveis. Nesta coluna, então, procuro reafirmar isso.
E o faço no dia em que se completam 52 anos do golpe militar brasileiro.
Temo pelo seguinte: as redes sociais estão conturbadas há tempo. Agora, isso já foi transposto para as ruas. Algumas das soluções que se avizinham são rejeitadas como antidemocráticas pelos seus oponentes. Não é pequena a chance de que o ambiente conflagrado, com grupos se enfrentando e violência se impondo, leve muita gente a pedir a intervenção militar. Mas não, pessoal! Esse é o pior dos mundos. Seria um retrocesso dantesco para o nosso país.
Aí, você me pergunta: ora, isto é um 1º de abril? Ou você está lento, mesmo?
Não, gente, o verdadeiro dia do triunfo daquele golpe que nos impôs 21 anos de trevas foi 1º de abril. Os líderes do movimento tentaram fazer com que a saída das tropas de Minas Gerais, em 31 de março, ficasse como a data da sua vitória e da nossa derrota - nossa, eu digo, dos brasileiros avessos ao fascismo.
Ou seja, o dia da "redentora" é 1º de abril, o Dia da Mentira, ou Dia dos Bobos.
Em outras datas não tão simbólicas, outros países latino-americanos enveredaram por essa triste e cruel roubada. Como disse até o presidente americano Barack Obama recentemente em Buenos Aires, "nunca mais!"
Como sabemos, repetir um erro é o cúmulo da burrice.