O governo brasileiro resolveu embarcar na grande história que é o acordo de paz colombiano, uma exceção nos tempos que correr, por ser uma ode ao diálogo. Criou um "grupo de amigos" para apoiar o processo protagonizado pelo governo de Juan Manuel Santos e pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Farão parte do grupo, pluripartidário, o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e a deputada Jô Moraes (PC do B-MG), além do embaixador Antonino Mena Gonçalves, cônsul em Washington e representante do Brasil na missão da Unasul que acompanhou as eleições na Venezuela.
Também participarão membros da sociedade civil, como o professor e relator especial das Nações Unidas para a Síria Paulo Sérgio Pinheiro, o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Camargo, e a diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, Rosita Milesi. Também integra a lista uma agradável surpresa: o jornalista Clóvis Rossi, do jornal Folha de S. Paulo.
Uma das primeiras medidas deve ser a realização de um seminário na Universidade de Brasília (UnB) sobre o tema. O Chile, que tem participado como espécie de observador das negociações de paz em Havana, foi o primeiro país a criar um grupo de apoio e tem estimulado os vizinhos a fazerem o mesmo. El Salvador, México, Uruguai, Argentina e Costa Rica já seguiram seus passos.
Agora, foi a vez do Brasil.
A assinatura do acordo de paz estava prevista para o próximo dia 23. O governo colombiano e as Farc decidiram, em comum acordo, adiar o anúncio. De qualquer forma, isso deve ocorrer até o final do ano. Os diálogos ocorrem em Havana e já estabeleceram um acerto para a maior parte da pauta.
A expectativa é de que a guerrilha entre na política institucional.