O estádio do Lanús é esquisito, parece ter partes interditadas, embora a luz e o gramado sejam de primeira qualidade. A última terça-feira trouxe ao futebol um episódio novo daqueles que, embora parecido com outros tantos de superação em outras camisetas, sempre comove porque toca diretamente a emoção do torcedor.
Choravam, os torcedores do Lanús, gritava Jorge Almirón com suas duas filhas entrando em campo depois do 4x2, se abraçavam Acosta, Sand, Romero e outros tantos competentes jogadores do desafiante, do time que não tem Libertadores no currículo. Então, não são poucos os fatores de risco para o Grêmio nesta decisão de Libertadores.
Há a competência técnica e tática, a força e a velocidade, a fortaleza mental impressionante e, especialmente, esta fome de título inédito que catapulta o pretendente a patamares nunca antes imaginados. O Lanús decidirá em La Fortaleza, seu estádio esquisito. O treinador que se abraçou às filhas na festa é destemido, mas ainda está na base do tentativa e erro para acertar sua equipe. No primeiro jogo, foi no modo Olaria para Buenos Aires, perdeu de pouco.
Em casa, o gatinho virou leão e assombrou o rival poderoso a golpes de bom futebol. Nada de pontapé ou intimidação de qualquer ordem. Só competência. O Lanús é um improvável finalista, e esta condição o torna ainda mais perigoso para o gigante brasileiro que tentará o tri da Libertadores.