No final da primeira fase da migração do clientes da Oi, o vice-presidente de tecnologia da TIM, Leonardo Capdeville, disse à coluna que a operadora vê com especial atenção o mercado gaúcho. Inclusive, porque a companhia lidera nos outros dois Estados do Sul, e aqui não. Por isso, considera o resultado do negócio que transferiu às três outras operadoras os clientes da Oi no Brasil - os da Região Sul ficaram com a TIM - como uma oportunidade para reforçar a presença no Estado.
Em que fase está o processo de migração?
Concluímos a primeira fase, que foi de abrir a rede TIM para os clientes da Oi. Não foi um processo simples, tivemos de programar nossa rede e a da Oi para ajudar esse tráfego e acomodar os clientes que estão chegando. Agora, vamos passar à segunda etapa, que é integrar nossa infraestrutura com a da Oi. Estamos prevendo conclusão para outubro. Na terceira, vamos migrar sistemicamente os clientes, para que todos recebam fatura da TIM, sejam atendidos pelo nosso call center e tenha acesso a nossos serviços.
A TIM tem um olhar mais atento ao Rio Grande do Sul, um dos berços da Oi?
Muito atento, inclusive porque a TIM é historicamente a quarta operadora no Estado. Não compramos nem banda A, nem banda B e, apesar de termos investido muito em rede, nossa participação no mercado gaúcho é muito pequena. Então, essa é uma grande oportunidade para reforçar nossa presença no Estado. A TIM vai ganhar novo impulso no Rio Grande do Sul. Temos a liderança de mercado em Santa Catarina e Paraná, com uma boa distância em relação ao segundo colocado. E no Rio Grande do Sul, estamos distantes disso. Com as dificuldades que enfrentava, a Oi subinvestiu na rede. Até agora, só tinha 4G em 80 municípios. A TIM tem 4G em 373 cidades gaúchas. Vamos estender a cobertura 4G para 384 cidades. E não vai ficar em nesse número. Nosso plano para o RS é extremamente agressivo, queremos chegar o mais longe com a nossa cobertura, queremos chegar aos 497 municípios. Isso vai criar uma espécie de ciclo virtuoso, com mais clientes e mais gente que conhece e confia, para que a TIM comece a ser mais conhecida dos gaúchos.
Essa integração de infraestrutura quer dizer soma ou subtração?
Vamos juntar a rede da TIM com a rede da Oi. Em Porto Alegre, se pegarmos o total das torres das duas, somos a operadora com maior volume de torres da cidade. Quando se junta as antenas, amplia a cobertura. Compramos da Oi a base de clientes, a estrutura e o espectro (frequências em que o serviço celular opera). Ao juntar tudo isso, teremos melhora de cobertura e de qualidade.
Nesse momento, a TIM está com uma campanha no ar dizendo que é a maior operadora do Brasil. Quais critérios são usados para sustentar essa afirmação?
A TIM é a maior em número de cidades atendidas, 5.370 com rede 4G. No Brasil, existem 5.570 municípios, estamos em quase todos. Também temos a maior população coberta com 4G. E ainda há empresas, como a Open Signal e a Tutela, que mostram que a TIM tem o maior percentual de tempo que cada cliente fica na rede 4G (no restante, fica no 3G). Temos 10 pontos acima do segundo colocado. E ainda temos o maior número de torres, de acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Como a TIM está se planejando para a 5G? Vai esperar até o novo prazo dado pela Anatel para fornecer o serviço?
A TIM decidiu que não poderia esperar ou contar com atraso, porque havia uma meta prevista em edital a ser cumprida. Estamos prontos, nas 26 capitais e no Distrito Federal. Mas para prestar o serviço, é preciso ter a liberação do espectro. Para isso, precisamos distribuir os kits para substituir as parabólicas e instalar filtros para redes que prestam serviços a empresas. Como houve atraso na cadeia logística, a Anatel decidiu estender o prazo. Assim que liberar o espectro, estamos prontos para começar.