É fato que o trabalho de Eduardo Coudet precisa ter alguns questionamentos. Já mostrou ser bom, mas na média fica abaixo do projetado. Os números mostram isso e não posso contrariá-los. Mas é necessário entender as razões para não legitimar ou descartar o trabalho do treinador. É preciso diagnosticar com perguntas fundamentais.
O Inter está mal por que os trabalhos anteriores também foram ruins? Coudet é refém de um único jeito de jogar? A preparação física atrapalhou a temporada? Faltam boas reposições aos titulares? Foi a eliminação da Libertadores que tirou o foco e diminuiu a competitividade do time? A avaliação precisa apontar os problemas e equívocos da temporada para a permanência, ou não, de Eduardo Coudet em 2024.
O que proponho aqui é ir além do amor ou ódio que o treinador colorado desperta. É entender o que pode melhorar e o que a ele precisa ser oferecido para que os resultados apareçam.
Coudet tem boas ideias e um jeito de jogar que já deu certo no Inter. De modo geral, o torcedor gosta de técnicos ousados, que montam times propositivos e atacam os adversários. Mas Coudet pode e deve melhorar o sistema defensivo do seu time. É necessária maior proteção defensiva para não ser tão vazado. Para ser intenso e correr mais, a exigência é a excelência na preparação física. Chegamos aqui no calcanhar de Aquiles do Inter na temporada. O trabalho do “zero”, no próximo ano, pode ser um ponto importante para o técnico argentino.
E por fim, a qualificação do grupo. Certamente a direção já percebeu essa carência no banco de reservas. O Inter contratou bons jogadores para o time titular, mas ficou capenga em várias situações diante de um calendário tão insano. De lateral a meia, passando por atacante e centroavante, o Inter precisará se reforçar em 2024.
A venda de Johnny e o repasse de recursos da Liga Forte Futebol darão ao Inter um valor considerável para 2024. Com pré-temporada e reforços para o grupo, penso que a melhor decisão é a permanência de Coudet. Ele já provou que com boas peças pode fazer o time jogar. Não é à toa que os dois candidatos à presidência do clube pensam o mesmo.
O que o Inter precisa é continuidade, não ruptura. Há um caminho a ser pavimentado.