Quando pequena, eu tinha poucas amigas reais: não se usava muito isso de dormir ou comer na casa dos outros, não havia praticamente vizinhas da minha idade, e levei muito tempo para me adaptar ao Jardim de Infância. Pra variar, chorava tanto, e por tanto tempo, que acabava não ficando. Mas eu tinha amigos imaginários, de que já falei: uma família inteira. Familinha, diminutos, vestidos de verde, chapeuzinho pontudo. Eu os sentava no peitoril da janela e conversava com eles. Imaginação infantil ou de verdade gnomos benfazejos? Criança enxerga o que adultos há muito deixaram de ver.
Crônica
Ter amigos
Amigo não cobra, não trai, não tem inveja nem ciúme, nem te deixa na mão – e, mesmo quando não te entende, te curte
Lya Luft
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