Outro dia, dei a uma amiga, de presente de aniversário, uma caixinha marchetada de madrepérola, que comprei há muitos anos, talvez na Espanha. Por que não comprei algo novo para lhe dar, amiga antiga e querida que é? Talvez por isso mesmo: dei uma coisa que aprecio muito, que trago comigo há longos anos, onde eu poderia guardar um anel, até cartãozinho carinhoso mandado por alguém – mas estava vazia. Gosto de às vezes passar para alguém especial algo meu, especial. Tenho algumas caixinhas, pequenos potes, que exponho pela beleza ou pelo que significam. Nem todos estão ocupados: alguns, como a caixinha que dei para minha amiga, servem apenas para guardar belos momentos.
Imaginação
O diabinho no ombro
Prefiro acumular lembranças felizes em minhas caixas e potinhos que parecem vazios
Lya Luft
Enviar email