“Que um indivíduo queira despertar em outro indivíduo recordações que não pertenceram senão a um terceiro, é um paradoxo evidente. Realizar com despreocupação esse paradoxo é a inocente vontade de toda biografia.” A frase, com esse drible temporal – recordações remetem ao passado, mas acontecem no presente –, com essa dupla negação (não – senão) e o ar sentencioso que sugere a compreensão de um mistério profundo, a frase abre o esboço biográfico de Evaristo Carriego, poeta argentino de escasso alcance. O biógrafo é Jorge Luis Borges.
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Opinião
O encanto das biografias
Um bamba na área, Ruy Castro lançou faz pouco "A Vida por Escrito – Ciência e Arte da Biografia"
Luís Augusto Fischer