Não é de hoje que Os Replicantes são, além de uma das bandas mais importantes do Rio Grande do Sul, um grupo que consegue como poucos perceber e traduzir sintomas de hipocrisia, injustiça e desonestidade – em meio a um discurso muitas vezes irônico, engraçado e repleto de referências à cultura pop.
E, depois de 30 anos, 13 discos lançados e mudanças rotineiras de membros, a característica segue como uma das mais marcantes da banda agora liderada por Júlia Barth. Em Libertà, disco disponível nas plataformas de streaming, que tem lançamento neste sábado, às 19h, no estúdio da Marquise 51 (Av. Cristóvão Colombo, 51), a pegada é a mesma.
– O novo disco é bem diferente dos outros da banda, mas Os Replicantes estão bem presentes ali. É o primeiro disco que tem uma música minha, e as letras são super-revolucionárias. Então, é um disco duplamente revolucionário – explica Júlia.
Bergamotas, faixa de abertura do disco, pode enganar quando reclama que "as bergamotas deste ano não estão tão doces", mas logo lembra que "a falta de ética é mundial, é tênue a linha entre o bem o mal" e passa a falar de pessimismo e crises. Em seguida, músicas como Punk de Boutique, Feminicídio e a faixa-título dão o tom crítico, agressivo e satisfatoriamente revigorante para os fãs (quase órfãos) de punk rock.
– É um disco crítico, tanto no macro quanto no micro. Critica tanto a política nacional e internacional, mas também tem muita autocrítica – explica.
Os ingressos para o show custam R$ 40, incluem a versão física do disco, e estão à venda em www.sympla.com.br. E Porto Alegre tem shows para todos os gostos neste fim de semana: confira outras três dicas ao lado.