Nos anos 1990, o presidente do Inter, Pedro Paulo Záchia, utilizou o termo "mudar não mudando", quando o time comandado por Celso Roth vivia uma crise dentro de campo. O treinador foi mantido no cargo. A definição acabou dando resposta. Os resultados melhoraram. O Colorado acabou conquistando o Gauchão de 1997 e fez boa campanha no Brasileirão.
Mesmo com a grande queda evidente de desempenho na temporada 2020, o Grêmio aposta na continuidade do trabalho de Renato Portaluppi e dos demais componentes da comissão técnica. Com a sequência complicada de partidas pelo Brasileirão e Libertadores - Palmeiras, Inter, Atlético -MG e Universidad Católica-CHI - uma alteração do comando não teria tempo para começar um trabalho do zero. Não deixa de ser verdade. Claramente, o presidente Romildo Bolzan está dando um voto de confiança de que as coisas podem ser corrigidas com o grupo atual.
As explicações de Renato para o mau desempenho do time são as ausências de atletas por lesões e o fato de alguns reforços estarem chegando no transcorrer da temporada. Falta de entrosamento foi o outro diagnósticos do treinador. Óbvio que ninguém discute ou esquece o passado recente de conquistas. Mas agora é preciso mostrar capacidade de indignação. Procurar alternativas para fazer o time funcionar com as peças à disposição. É o grande desafio de Renato.
Vale ainda ressaltar algumas que questões não tiveram resposta na entrevista do presidente e do treinador. Por que estão ocorrendo tantos problemas musculares no Grêmio? E por que o campo tem mostrado que a equipe tem menos fôlego que os adversários nas partidas? São dois aspectos que precisam ser resolvidos a longo prazo. O mais importante é que o discurso externado por Romildo Bolzan tenha sido apenas externo. Dentro do vestiário, é preciso cobrar com veemência. A única alteração definida, mas que não fará qualquer diferença no desempenho em campo, foi a saída do diretor executivo de futebol Klauss Câmara.