O Grêmio venceu com suas raízes. Há uma mística na história do clube de jornadas pontuadas por bravura, por entrega, por ir ao limite. O jogo em Talcahuano exigiu isso. Menos pelo adversário, já tinha apontado aqui suas dificuldades como mandante, mas muito mais pelas circunstâncias. A chuvarada tocada com vento, o frio e o gramado empoçado exigiram do Tricolor entrega máxima, aguerrimento em cada lance. O gol no início foi decisivo, numa noite que poderia ter sido resolvida em 25, 30 minutos. Fica a lição, inclusive. Não se pode perder tantas chances.
Porém, o que veio a partir do intervalo mudou completamente o roteiro. O Huachipato se atirou à frente, passou a pressionar com bolas jogadas para a área e impôs um jogo ainda mais físico do que prevíamos. Porém, o Grêmio resistiu e entendeu o que o jogo exigia. Marchesín, assim como contra o The Strongest, esteve em alto nível. Foi goleiro de seleção, teve trajetória na Europa, não havia desaprendido, mas perdido embocadura depois um ano praticamente sem atuar (fez um jogo só).
Mas houve outros destaques. Galdino, apesar das chances perdidas, esteve bem. Kannemann, em casa com aquele campo embarrado, venceu quase todos os duelos. Ely, favorecido pelo perfil do jogo, foi seguro. Pepê esteve, mais uma vez, preenchendo o meio. E Diego Costa foi decisivo. Quando tantos jogadores se saem bem, há um processo coletivo que funcionou. E ele passou muito pelo jogo que fez o Grêmio se nutrir de suas raízes.