O Inter de Cacique Medina ainda está longe de um time acabado. Precisa melhorar um bocado e não pode cair na armadilha do Gre-Nal. A história ensina que a euforia do clássico esconde problemas. É evidente que vencer o maior rival tem peso, anima o ambiente, alivia a tensão e pode colaborar para que o time se conecte e vire uma estrutura coletiva coesa. Porém, não há magia no futebol.
O técnico uruguaio segue com os desafios que carregava nas costas na terça-feira (8). Nada muda em 90 minutos apenas. Só o tempo é que ajudará o Inter a ganhar forma definitiva e mecanizar movimentos que seu técnico considera fundamentais para sua ideia de jogo.
O rescaldo da quarta-feira (9), é inegável, traz boas notícias. Gabriel e Liziero formaram uma dupla de volantes que se encaixou. Um tem a dinâmica oriunda do vigor. O outro, a da lucidez com a bola. O Inter começa a armar o jogo de trás, e fazia tempo que não se via isso no Beira-Rio. Bustos na lateral direita foi a solução para um problema que se arrastava. Assim funciona no futebol: quando se tem uma carência no time, busca-se a solução definitiva. Que fique a lição, já que virou comum aqui pelas bandas do Sul empilhar jogadores medianos, apostas.
O que fica do Gre-Nal é que a vitória traz calmaria e tempo para que Medina monte seu time. Havia uma pressão fora da curva sobre o trabalho do uruguaio. A vitória no clássico mostrou que os quase dois meses de trabalho não foram em vão. Há alguns pontos já absorvidos pelos jogadores. Porém, o caminho ainda é longo e precisa ser percorrido com os jogadores cumprindo as tarefas com a mesma energia do Gre-Nal.