O Gre-Nal foi do Inter. Do começo ao fim, passando pelo meio. Fazia tempo que não se via uma superioridade vermelha tão grande em um clássico como na noite desta quarta-feira (9), no 435.
Cacique Medina ganhou dos seus jogadores o combo completo que alivia a pressão desmedida que vinha sofrendo. Vencer o Gre-Nal, e com atuação de alto nível, permitirá ao uruguaio trabalhar com mais sossego. Isso porque seu Inter executou muito do que ele pensa sobre futebol, e isso resultou em um domínio total no primeiro tempo e controle absoluto no segundo.
No lado azul, a derrota não joga pressão sobre Roger. Até porque ele tenta endireitar um Grêmio que parece perdido em seus problemas e que deixou claro no Beira-Rio que ainda há muito a ser feito até a estreia na Série B. Será preciso encontrar fora da Arena jogadores que aprumem um time formado por veteranos insuficientes, garotos promissores e poucas individualidades.
Para quem, como eu, esperava um Gre-Nal amorfo e com dois times receosos do pior, a noite foi surpreendente. O Inter desde o começo instalou-se no campo do Grêmio e desempenho um futebol envolvente. Aproveitou-se das fragilidades do rival, ainda mais enfraquecido pelas ausências de Ferreira e Diego Souza, e foi protagonista.
O Inter desta noite de 9 de março no Beira-Rio cristalizou tudo o que sua direção pretendia quando foi buscar um técnico uruguaio na Argentina. Ainda há um longo caminho pela frente, e o clássico não pode iludir. É preciso levar em consideração as limitações deste Grêmio e o fato de o Gre-Nal ser um jogo de exceção.
Porém, Medina foi para casa com o dever cumprido. Seus 59 dias de trabalho se cristalizaram em campo. Por outro lado, Roger saiu do Beira-Rio com muitas conclusões e uma boa noção do que terá de trabalho pela frente.