O torcedor procura no sonho com Cavani um drible numa realidade preocupante. O Grêmio vive um momento de transição, de busca de um novo norte. Sem sombra de dúvidas, Renato Portaluppi enfrenta seu maior desafio em quase quatro anos no comando do time. Esse momento de dificuldade faz o torcedor ansiar pela solução mágica. Nesse caso, ela vem na forma de um astro, de um dos melhores atacantes do mundo.
A chance de Cavani desembarcar na Arena é remotíssima. Passa por uma série de contingências, como uma escolha de vida do uruguaio de abandonar a elite do futebol mundial e optar por uma quase volta para casa. Não há sinais claros de que isso possa acontecer neste momento.
Cavani tem a Copa de 2022 no horizonte. Precisa jogar em altíssimo nível até lá, enfrentar os melhores em competições como a Liga dos Campeões e seguir afiado até o Catar. Me parece que, depois disso, prestes a completar 36 anos, tome o caminho de volta para casa e realize o sonho já declarado de jogar a Libertadores. Aliás, está nessa entrevista, concedida no ano passado, a origem do alvoroço em torno do seu nome.
O presidente Romildo Bolzan Júnior saiu a público buscando resgatar para o mundo real a agitação em torno do uruguaio no mundo virtual. Admitiu um contato no ano passado. Cumpriu a obrigação de dirigente ao buscar informações sobre os planos de Cavani.
Ouviu e percebeu que as cifras ainda são do padrão Liga dos Campeões, ou seja, longe do padrão Libertadores. Pode ser que tudo mude? Sim, pode. Mas está longe de ser saudável ao contexto gremista viver desse fio de esperança. Ainda mais neste momento em que fazer o simples já será um grande passo.
A partida contra o Bahia ganhou contornos significativos. Perder agrava uma crise técnica. Por isso, é preciso sair de Salvador, no mínimo, com uma atuação convincente, com a recuperação no rendimento coletivo e o resgate de individualidades como Matheus Henrique, cujo rendimento desde a retomada caiu de produção. Por isso, fez bem Romildo em vir a público, numa tentativa de trazer o contexto azul de uma realidade virtual. Até porque a do mundo real exige recuperação rápida.