A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva, que tem reconhecida atuação na área ambiental, disparou uma série de críticas ao atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que após a tragédia de Brumadinho falou em endurecer a fiscalização sobre barragens no país. Até as 21h deste domingo (27), o Corpo de Bombeiros contabilizava 58 mortos, 192 pessoas resgatadas com vida e 305 desaparecidos.
Em conversa durante o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Marina Silva afirmou que o ministro, ao assumir o cargo, sucateou a estrutura da pasta e demonizou a agenda ambiental.
— O próprio ministro assumiu e já foi sucateando o Ministério do Meio Ambiente, vilanizando o Ibama, demonizando a agenda ambiental, colocando em suspeita todas as organizações da sociedade civil, que fazem um relevante serviço de proteção ao meio ambiente. Você tem que ter alguém na pasta (do Meio Ambiente) que defenda a pasta. Que não vá fazer jogo de interesses. Você não tem que nem dificultar ou facilitar (a concessão de licenças). Ninguém é contra o desenvolvimento. Mas o desenvolvimento não pode ser feito em prejuízo à vida —criticou.
A ex-ministra esteve neste domingo (27) em Minas Gerais, no local onde a barragem se rompeu, e defendeu um projeto de lei que caracterize crimes ambientais como hediondos.
Marina classificou o episódio como crime e disse que o rompimento da barragem, pouco tempo depois do ocorrido em Mariana (MG), é "a repetição da história como tragédia".
- Não foi um desastre foi um crime. Há uma série de bombas-relógio espalhadas por Minas Gerais. Infelizmente, tivemos a repetição da história, literalmente, como tragédia - afirmou.
Ouça a entrevista completa: