Com o objetivo ressignificar escolas atingidas pela enchente, o projeto Viva Perifa está criando "galerias de artes a céu aberto" nos muros de instituições de ensino estaduais. A primeira fase da ação beneficiou três escolas em São Leopoldo, e uma nova etapa está prevista para Porto Alegre, com início das obras em abril — embora os locais ainda não tenham sido definidos.
Na cidade do Vale do Sinos, o tema de cada arte foi escolhido em conjunto com os colégios, levando em consideração temas que dialogam com a realidade de cada comunidade. A Escola Cândido Xavier escolheu a ancestralidade, a Castro Alves, diversidade e meio ambiente, e a Rui Barbosa, educação ambiental. Ao todo, foram grafitados 600 m² de muros.
A iniciativa também inclui oficinas culturais em seis escolas da região. Os organizadores esperam envolver diretamente 10 mil pessoas ao longo do ano letivo. Além disso, todos os artistas, a mão de obra e os materiais utilizados são contratados na própria região dos murais, com o objetivo de impulsionar a economia local.
— A arte urbana como expressão cultural foi escolhida para ser a base de conexão do projeto com as escolas públicas que, junto com artistas locais, criam o desenho integrando a comunidade no processo de restauração — explica Andrea Moreira, idealizadora do Viva Perifa.
Sobre o Viva Perifa
A iniciativa foi lançada em São Paulo com o propósito de levar arte urbana às periferias da cidade, mas, por causa da reconstrução depois da catástrofe climática, está realizando as suas primeiras ações no Rio Grande do Sul.
— Nos deslocamos de São Paulo para levar esse projeto para o Rio Grande do Sul e fazer uma contribuição para um plano de reconstrução do Estado — explica Andrea.
O Viva Perifa é incentivado pela Leroy Merlin, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, produzido pela Yabá Consultoria em parceria com a Aflora Cultural.
*Produção: Maria Clara Centeno