![Jefferson Botega / Agencia RBS Jefferson Botega / Agencia RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/9/7/6/9/0/8/4_ef68ac30d34c24a/4809679_cfe4fb31072a748.jpg?w=700)
Começam a chegar relatos de equipes de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) hostilizadas pela população nas ruas de Porto Alegre. É um erro. A revolta diante da irresponsabilidade de alguns profissionais - escancarada pelo trabalho consistente e relevante de Giovani Grizotti, do Grupo de Investigação da RBS (GDI) - não pode ser generalizada.
Grizotti mostrou, com farta documentação, em uma série de reportagens, que médicos da central de atendimento na Capital, responsável por atender as ligações feitas ao Samu, ignoram escalas, abandonam o local de trabalho no meio do expediente e deixam pessoas que precisam de socorro esperando ao telefone.
Trata-se - é bom deixar claro - de um grupo de médicos reguladores. A eles cabe ouvir quem telefona pedindo ajuda, dar orientações e, em casos graves, encaminhar as ambulâncias. No Rio Grande do Sul, essa central atende 269 municípios, cobrindo 70% da população gaúcha. São, em média, 70 mil ligações por mês.
Esse trabalho é diferente do que fazem os socorristas em si, dezenas de homens e mulheres que atuam na linha de frente nas nossas cidades e que, não raro, se colocam em risco para salvar pacientes em situações de emergência - de acidentes de trânsito a ataques cardíacos.
As equipes são compostas por médicos, enfermeiros, técnicos e motoristas, a maioria com larga experiência e ótima formação. Salvam vidas todos os dias. Trabalham sob pressão, com baixo recurso e quase sempre correndo contra o tempo.
Fica o alerta: bons profissionais não merecem e não devem ser jogados na mesma vala dos maus. O risco da generalização é prejudicar quem trabalha de forma séria, honesta e correta.