A quinta-feira (14) deve representar o último dia de trabalho para um grupo de aproximadamente cem trabalhadores da nova ponte do Guaíba. Desde abril, eles estão cumprindo o aviso prévio comunicado pela construtora Queiroz Galvão.
Como o impasse entre a empresa e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda não foi resolvido, o desligamento dos funcionários deverá ser efetivado. Um outro grupo de aproximadamente 80 pessoas está em férias e deve retornar às atividades nos próximos dias. Com isso, o ritmo das obras da nova ponte do Guaíba, que já era pequeno, deve diminuir ainda mais.
Procurada, a empresa diz que não comenta o assunto. O motivo das demissões, segundo os trabalhadores, é que o Dnit está com pagamentos em atraso. O Ministério da Infraestrutura informou que os valores estão em dia, que a liberação do tráfego na ponte vai ocorrer ainda em 2020, que a decisão de demitir ou não é da empresa e pode estar relacionada com o próprio processo de desmobilização da empresa.
Em abril, o Dnit comunicou que iria notificar a construtora para esclarecer sobre a manutenção do cronograma e a garantia de que essa desmobilização não afetaria a obra. Na notificação, a autarquia questionaria se efetivamente houve desmobilização e o motivo. Porém, o departamento ainda não disse qual foi a resposta da empresa.
Quase 90% dos serviços previstos para a travessia já foram realizados. Apesar de prever a liberação da ponte para 2020, quando ela ocorrer, será parcial. Apenas as alças que não dependem da remoção das 500 famílias que ainda faltam ser removidas é que deverão ser concluídas.
Em maio de 2019, a construtora havia demitido 170 funcionários por causa da demora no reassentamento das famílias que precisam mudar de endereço para garantir a construção da nova ponte. Na ocasião, o Dnit informou que o número de operários estava sendo adequado conforme às frentes de trabalho.
Em agosto do mesmo ano, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, chegou a dizer que toda estrutura estaria pronta em abril de 2020. Três meses depois, o Dnit informou que a liberação seria parcial. Em março deste ano, a estimativa da autarquia divulgou que o uso da nova elevada ocorreria "ao longo do segundo semestre deste ano".
Com o adiamento do prazo para inauguração parcial, o Dnit mudou a previsão de término das obras. Antes, falava que os serviços seriam finalizados até dezembro deste ano. Agora, já informa que a obra ficará pronta em 2021.