O consórcio Ponte do Guaíba, formado pelas empresas Queiroz Galvão e EGT Engenharia, protocolou pedido junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para que as obras sejam retomadas no trecho da elevada que não recebe operários há dois meses. O documento, que a coluna teve acesso, foi entregue em 29 de maio.
As empresas reafirmaram à autarquia que a construção - 44 centímetros mais baixa do que o exigido na licitação - foi corretamente detalhada e desenvolvida "configurando soluções técnicas válidas e aplicáveis para o trecho", como diz o documento.
A área em questão mede 200 metros, entre a Ilha Grande dos Marinheiros e a Ilha do Pavão. A constatação foi entregue ao Dnit em 29 de março pela Ecoplan Engenharia - contratada para fazer a supervisão da construção. A partir do alerta da empresa, o Dnit determinou a suspensão das obras em 2 de abril.
O consórcio afirma que ainda há serviços a serem feitos mesmo que, no futuro, o Dnit decida por elevar essa parte da ponte. A autorização neste momento evitaria atrasos ainda maiores no cronograma das obras.
Impasse que travou a obra
O estudo que foi usado na concorrência pública, que previa a ponte a 4,10m, foi chamado pelo consórcio - em documento entregue ao Dnit em 18 de abril - como o mais "pessimista" de todos. Porém, as empresas que participaram da licitação usaram exatamente este estudo para formular suas propostas. O Consórcio Ponte do Guaíba foi anunciado o vencedor pois, das que tinha atribuição técnica para realizar a obra, foi o que apresentou o valor mais baixo. A altura da ponte influencia nos custos.
Como regra, o manual do Dnit diz que uma ponte só pode ser erguida se respeitar a cota de máxima de cheia, que é quando o nível do rio atinge sua altura máxima histórica. Para tanto, é necessário prever que a elevada seja construída sempre no mínimo um metro acima do nível máximo.
No caso dessa região do Guaíba, a altura da ponte deveria ter 4,10m, mas está sendo construída com elevação de 3,66m. Dessa forma, há risco da elevação do Guaíba invadir a ponte ou atingir as vigas, o que poderia levar a uma interdição da travessia.