Um absurdo ter levado cinco anos para sair uma operação contra descontos indevidos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Foram milhões de denúncias, com desvios que chegam a R$ 6,3 bilhões. O fato de o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, ser um dos alvos da ofensiva e ter sido afastado do cargo exige ainda mais explicações.
Segundo a Polícia Federal, os investigados na Operação Sem Desconto poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais. Ou seja, ao que tudo indica o crime vai além de um mero vazamento de informações, problema antigo da Previdência Social, que inclusive faz pessoas descobrirem que saiu a aposentadoria após a abordagem de instituições financeiras antes mesmo de serem notificadas pelo próprio INSS.
Em tempo, o absurdo toma proporções ainda maiores se considerar a vulnerabilidade das vítimas, o que, obviamente, não é coincidência. Dos aposentados, 70% recebem o piso, que é o salário mínimo. Sobrevivem o mês com um valor baixo, que fica ainda menor por descontos criminosos, que sempre miram os mais frágeis, ainda mais em sistemas com histórico de brechas.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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