
Qualquer empréstimo paga juro. Alguns são mais "baratos" por cobrarem taxa menor. Porém, se não paga no vencimento, os encargos de atraso dão um salto. Isso acontece inclusive com os consignados. Esta nova modalidade de empréstimo para trabalhadores com carteira assinada, lançada pelo governo federal, almeja provocar os bancos a oferecerem taxas baixas para que o cliente migre de uma dívida cara. Mas se ele não trocar e, sim, assumir mais uma dívida?
A margem deste consignado é de 35%, ou seja, a prestação não pode ultrapassar esta fatia do salário bruto do trabalhador no mês. Já é alto, pois isso é o recomendado de comprometimento da renda para todas as dívidas da família somadas, garantindo que sobrem recursos para as despesas fixas e demais necessidades. Uma fonte da coluna no Judiciário conta escrever todos os dias sentenças de ações judiciais de consumidores com até 70% da renda comprometida com consignado. Vive-se como com o que sobra?
Onde está a falha? No empregador que permite o desconto? Em instituições financeiras irresponsáveis que autorizam empréstimos acima do limite? Nos governos que deveriam ter sistemas eficazes que travassem a tomada de crédito maior do que o teto da legislação que publicam?
Claro que o próprio consumidor deveria ser o primeiro a cuidar da sua renda. Mas isso não acontece nem em países com amadurecimento maior do que o do Brasil quanto à educação financeira.
Aproveite também para assistir ao Seu Dinheiro Vale Mais, o programa de finanças pessoais de GZH. Episódio desta semana: o 13º dos aposentados será antecipado pelo INSS?
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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